“Dzoodzo Baniwa, membro de uma comunidade indígena no Amazonas, coleta dados sobre a biodiversidade da região há cerca de 15 anos. Ele mora em uma remota aldeia chamada Canadá, no rio Ayari, afluente do Içana, que por sua vez alimenta o rio Negro, um dos principais afluentes do Amazonas. A cidade mais próxima, São Gabriel da Cachoeira, fica a três dias de viagem de lancha.

Dzoodzo (que atende pelo nome indígena, mas também é conhecido como Juvêncio Cardoso) inspira seu trabalho em muitas fontes transculturais. Um talvez inesperado é um livro de 170 anos do naturalista britânico Alfred Russel Wallace, que visitou os rios Amazonas e Negro em suas expedições em 1848-1852. A Narrative of Travels on the Amazon and Rio Negro fornece relatos detalhados da vida selvagem e das pessoas que Wallace encontrou perto da casa de Dzoodzo, incluindo o galo-da-serra da Guiana (Rupicola rupicola), um pássaro laranja brilhante que Wallace descreve como “magnífico… sentado no meio da escuridão, brilhando como uma massa de chamas brilhantes”.

A paixão de Dzoodzo pela biodiversidade local se reflete em seu trabalho na Baniwa Eeno Hiepole School, um centro educacional internacionalmente elogiado para povos indígenas. Ele sonha em um dia transformá-lo em um instituto de pesquisa e universidade que possa aumentar o conhecimento científico sobre as espécies da região, incluindo R. rupicola.” (citação em português do texto que pode ser conferido na íntegra no link: https://www.nature.com/articles/d41586-022-04508-4  ) – Texto de autoria de Camila C. Ribas – research scientist at the National Institute for Amazonian Research (INPA), Manaus, Amazonas, Brazil.

Assessoria de Comunicação: Amanda Murgo