Ela fortalece e divulga as políticas públicas de

Educação Ambiental de forma acessível e transparente

Produzir a mudança e resistir o tempo todo àquilo que se repete

Quero dizer da alegria do FunBEA  estar coroando o lançamento do Sistema Brasileiro de Monitoramento e Avaliação de Políticas Pùblicas de Educação Ambiental, com a Plataforma MonitoraEA: sonhada por nós, educadoras/educadores há tanto tempo. Já sabíamos da importância de conectar os trabalhos da EA num país do tamanho do Brasil. Este sonho, deu passos e se materializou.

Dar essa visibilidade ao que fazemos, ao que a EA faz é fundamental, inclusive para abrirmos nosso campo ao financiamento externo: temos que mostrar o potencial e assim ampliar nossa atuação!

Coloco aqui uma provocação para todos nós educadores ambientais: como que a força instituinte resiste e se coloca no sistema? Como é que o subsistema político e criativo das forças instituintes, pode resistir a toda essa força acreditadora, verificadora e de métricas colocada na avaliação?

Nossa intenção, mais que assumir o papel de avaliadores e avaliados, é possibilitar que educadoras e educadores olhem para o seu contexto, e possam produzir algo novo, produzir diferença, produzir um presente diferente. Reforçar que avaliar é aprender, e portanto avaliar as práticas ambientais torna-se aprender sobre as nossas práticas ambientais.

Quero apostar, ou melhor, seguir apostando no instituinte, na inovação,para que não anulemos a subjetividade da produção do nosso próprio objeto, para não ocuparmos, e não sermos ocupados, colonizados ou domados, mas sermos o fomento para o novo, produzirmos acidentes e rupturas, produzirmos mudanças e resistir o tempo todo àquilo que se repete. Que venham as forças instituintes, ocupar os espaços instituídos da educação ambiental, e assim, de forma permanente e dialógica, fazermos a tão sonhada transição para sociedades sustentáveis.

Semíramis Biasoli, secretária geral do FunBEA

Quem acessar a Plataforma MonitoraEA  poderá buscar as ações de educação ambiental de todo o Brasil por recorte territorial (unidades federativas, municípios, perímetro urbano,bairros, bacias hidrográficas e unidades de conservação) . Após selecionar , é só clicar no mapa e  ele abrirá as informações como nome, instituição, temática, fase e se quiser mais detalhes, é possível acessar dados que mostram a fase atual da política, principais dificuldades no processo de implantação entre outras.

Além da base de informações das políticas nos territórios, existem também disponíveis conceitos fundamentais de indicadores, educação ambiental, política pública, orientações como critérios de enquadramento para a inserção da Política Pública na Plataforma.

No lançamento, em Brasília, um dos coordenadores científicos da Plataforma MonitoraEA, Evandro Albiach, apresentou a estrutura do  SISTEMA BRASILEIRO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL como a importância dos processos formadores para a coleta das informações, utilizando de  conteúdos de referências  tendo como premissa comunidades colaborativas. Agora partimos para  o processo de estabilização da Plataforma, que compreende revisões das informações, upload de documentos, entre outros.

Educação ambiental em unidades de conservação,  saneamento básico , bacias hidrográficas, participação e controle  são alguns dos artigos das cinco regiões do Brasil apresentados nesta publicação.

No prefácio, Moema Viezzer, importante pesquisadora e escritora, referência internacional em educação ambiental faz uma analise no qual considera o trabalho da ANPPEA – Articulação Nacional de Políticas Públicas e Educação Ambiental um dos mais importantes acontecimentos dos últimos anos para a educação ambiental no país. Nele, ela ressalta a ANPPEA como um “caldo cultural” de vários anos de propostas para a sustentabilidade que ocorreram no Brasil nos âmbitos local, regional e nacional. “Foram seis anos contínuos de trabalho coletivo, dedicados à construção de um novo patamar para políticas públicas de Educação Ambiental, buscando responder às demandas formuladas por  educadoras e educadores de todo o país.

Nestes dois últimos anos (2018-2019) o FunBEA vem atuando no fortalecimento da participação social e gestão compartilhada das águas, dentro do recorte territorial das bacias hidrográficas do estado de São Paulo desenvolvendo processos educadores ambientalistas e estruturando as ações de educação ambiental e comunicação na gestão dos comitês de bacias hidrográficas desta região.

Nas trilhas deste caminho, temos não só a percepção, mas indicadores de que os processos formativos e educomunicativos dos quais acreditamos  vem fortalecendo e ampliando a visibilidade das bases sobre a governança das águas nos seus territórios de origem. Ao se apropriarem dos dados técnicos produzidos pelos comitês e outros órgãos responsáveis pela gestão das águas,  e cruzarem estas informações aos apelos do senso comum, sentem-se  fortalecidos para lutarem pelas soluções dos problemas.

Na prática, temos mobilizado a sociedade com diversidade de faixa etárias, promovendo uma educação ambiental que favorece o pensar e o atuar na construção do “Ser” Político. No “Ser” que receba e construa o conhecimento, se fortaleça e interceda no espaço político dos comitês.

No cenário nacional estivemos na ANA – Agência Nacional de Águas  compartilhando a experiência de Formação da ANPPEA- Articulação Nacional de Políticas Públicas de Educação Ambiental realizando a Oficina de Formação de Indicadores de Políticas Públicas de Educação Ambiental dando suporte para fortalecer as ações de Educação Ambiental no âmbito dos Planos de Bacias e demais instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos

Porém, os desafios não param por aí, em 2020-2021 teremos a missão de mudar ainda mais a baixa visibilidade que permeia o tema. Criaremos espaços de diálogos e reflexões,  que muitas vezes se concentram nas reuniões “oficiais” dos comitês, junto aos comunitários com temas que avançam sobre os ecossistemas costeiros e vertentes litorâneas, ampliando o domínio da gestão dos comitês das águas doces para as águas salobra e salgada.

Seguimos acreditando em uma Educação Ambiental transformadora e política na busca da transição para sociedades sustentáveis.