USP lança Cátedra de Educação Básica e dá voz aos professores

27 de fevereiro de 2019


 Objetivo é desenvolver projetos com a participação de educadores para a melhoria do ensino básico no Brasil

Por  – Editorias: Cultura – URL Curta: jornal.usp.br/?p=226450

Identificar medidas que possam orientar as políticas para a educação básica brasileira a partir de ações e da formulação de projetos, com a participação dos educadores, pesquisadores e profissionais das escolas públicas. Essa é a meta da Cátedra de Educação Básica da USP, lançada no dia 21 de fevereiro, em cerimônia realizada no Museu de Arte Contemporânea (MAC) da USP. A iniciativa é do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP e da Fundação Itaú Social, que, no decorrer dos próximos cinco anos, pretendem mapear a situação real das escolas e atuar em conjunto com o governo do Estado de São Paulo para acompanhar os problemas e propor soluções que possam ser referência para a melhoria da educação básica em todo o País.

A cerimônia no MAC teve a participação do reitor da USP, Vahan Agopyan, do diretor do IEA, Paulo Saldiva, da superintendente da Fundação Itaú Social, Angela Dannemann, e do coordenador da Cátedra de Educação Básica da USP, professor Nílson José Machado.

A nova cátedra foi inspirada na atuação do Grupo de Estudos Educação Básica Pública Brasileira do IEA, que em 2017 e 2018 realizou seminários sobre o tema e, no final dos trabalhos, elaborou o documento Diagnósticos e Propostas para a Educação Básica Brasileira, conforme noticiado pelo Jornal da USP (leia aqui).

Conforme nota do IEA, a Fundação Itaú Social destinou verba de R$ 5 milhões para as atividades da cátedra, dividida em aportes anuais de R$ 1 milhão. “O montante irá subsidiar as atividades durante os cinco anos de duração do convênio, que poderá ser renovado no caso de concordância das instituições parceiras”, acrescenta a nota.

“Existem sérios problemas na educação básica, com evidências nítidas, então, o que impede de sairmos do lugar?”, questionou, na cerimônia de lançamento da cátedra, o professor Nílson José Machado, docente do IEA e da Faculdade de Educação da USP, que também coordena o Grupo de Estudos Educação Básica Pública Brasileira do IEA. “Na verdade, esses problemas aparentes escondem os problemas reais. A falta de professor, por exemplo, é um problema aparente. No entanto, o que existe é a realidade das más condições de trabalho, que desvalorizam os professores.”

“Existem sérios problemas na educação básica, com evidências nítidas”, segundo o professor Nílson José Machado – Foto: Marcos Santos / USP Imagen

Machado lembrou que não faltam apenas dinheiro e salários justos. “Falta muito mais. Faltam projetos que incentivem a formação do professor, que possam mobilizar os alunos”, observou. “Daí a importância do papel da cátedra de se reunir, de visitar as escolas, de buscar a parceria de diversos níveis do ensino público e privado.”

Nessa situação emergencial do ensino básico, de desvalorização da educação, Machado comentou: “Creio que é importante recorrer à ajuda de todos os professores, tanto do ensino básico como do superior”. Ele recomendou em bom tom: “Os professores que se aposentam deveriam ir para a reserva, para serem chamados em situações como esta”.

Machado lembrou que não faltam apenas dinheiro e salários justos. “Falta muito mais. Faltam projetos que incentivem a formação do professor, que possam mobilizar os alunos”, observou. “Daí a importância do papel da cátedra de se reunir, de visitar as escolas, de buscar a parceria de diversos níveis do ensino público e privado.”

Nessa situação emergencial do ensino básico, de desvalorização da educação, Machado comentou: “Creio que é importante recorrer à ajuda de todos os professores, tanto do ensino básico como do superior”. Ele recomendou em bom tom: “Os professores que se aposentam deveriam ir para a reserva, para serem chamados em situações como esta”.

A expectativa da equipe do IEA – que começou reunindo cerca de 20 educadores – é mobilizar a população em prol da melhoria da educação básica. “Em quatro ou cinco anos, pretendemos observar os resultados positivos dessa mobilização.” Machado destacou que é importante a implantação de um projeto que partilhe valores essenciais: “É essencial a integridade, entendida como a sintonia entre o discurso e a ação. Também é essencial valorizar o profissionalismo e a competência do professor”.

Cerimônia de lançamento da Cátedra de Educação Básica da USP, no dia 21 de fevereiro – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

 

A Cátedra de Educação Básica da USP tem uma missão fundamental para a sociedade brasileira, disse o reitor Vahan Agopyan, também durante a cerimônia. “A Universidade tem a obrigação de recomendar, de contribuir, de ser uma referência.”

A cátedra realizará seminários para planejar suas ações. O primeiro encontro ocorrerá no dia 16 de março, sábado, das 9 às 18 horas, no IEA. O evento estará aberto para a participação de todos os interessados. Os seminários serão disponibilizados no site do IEA em texto e vídeo.

Para ouvir a entrevista do professor Nilson José Machado, coordenador da Cátedra de Educação Básica da USP, e da pedagoga Juliana Yade, educadora da Fundação Itaú Social, concedida no dia 21 de fevereiro à radialista Roxane Ré, no programa Jornal da USP no Ar, da Rádio USP (93,7 MHz) acesse: Ouça Aqui.

Notícia divulgada no Jornal da USP no dia 22/02/2019.