IGATU: REFAZENDO CAMINHOS DE IDENTIDADE E RECUPERANDO ÁGUA BOA


 

Autor:

MEL REIS LOUREIRO

 

 

 

Orientador:

MARJORIE CSEKO NOLASCO

 

Coorientador:

ANDRÉ LUIZ BRITO NASCIMENTO

 

 

 

Palavras Chaves:

Hidrogeologia

Aquíferos

Memória garimpeira

 

 

Linha de Pesquisa:

Não informada

 

Projeto Estruturante:

Não informado

 

 

Instituição:

PROFCIAMB UEFS

 

Ano: 2020

Resumo:

 

A Chapada Diamantina corresponde a uma importante região para o abastecimento hídrico da Bahia e de parte do semiárido brasileiro. Foi marcada pela progressiva perda de volume dos seus mananciais, caracterizando ameaça de desertificação para a região, aumentando a necessidade de ações de preservação e recuperação dos cursos d’água da região. Para a efetividade dessas ações, é necessário considerar a comunicação dos rios com as águas subterrâneas como importante etapa do ciclo hidrogeológico, levando em conta que a degradação dos aquíferos na busca por diamantes foi um fato que comprometeu esse processo. Por terem sido os garimpeiros os agentes desta transformação na paisagem do local, considerou-se esses atores como os detentores do conhecimento a respeito de quais modificações ocorreram, o que as ocasionou e como seria possível revertê-las. Portanto, o presente trabalho teve como questão norteadora: como seria possível melhorar a comunicação entre águas subterrâneas e superficiais do rio Coisa Boa a partir de sensibilização/mobilização socioambiental? Objetivou, assim, promover vivências comunitárias com (ex) garimpeiros de Igatu e moradores da região, no intuito de elucidar a relação entre águas subterrêneas e superficiais, a fim de propor um método para reconstituição de aquíferos para estabilizar o volume do rio Coisa Boa ao longo do ano. O processo de aprendizagem social teve como pilares a abordagem freireana, interdisciplinar e colaborativa, iniciando com a confecção de uma maquete para fins de comparação da vazão da água na fratura esvaziada e preenchida. O potencial do recurso didático foi testado com 21 participantes em dois momentos: na praça de Igatu e numa reunião do Conselho do Parque Nacional da Chapada Diamantina, em Andaraí. Antes e depois da experiência, investigou-se a respeito dos motivos atribuídos à perda de água nos rios da Chapada, bem como se este fato tem relação com as fraturas. Assim, foi possível diagnosticar que apesar de 90% dos participantes reconhecerem a redução de volume nos rios, apenas 14% deles já relacionavam o fato ao esvaziamento das fraturas. Após a experiência com a maquete, todos os envolvidos conseguiram perceber que os sedimentos dentro da fratura serviam para aprisionar a água por mais tempo, relacionando a água aprisionada à manutenção do volume do rio. Por fim, pôde-se concluir o bom potencial da vivência com a maquete enquanto recurso didático para diferentes públicos: (i) comunidades e gestores da Chapada Diamantina (história em quadrinhos das fraturas – produto 1); (ii) conselhos de unidades de conservação, comitês de bacias hidrográficas e associações (workshop – produto 2); (iii) estudantes do ensino formal (sequência didática – produto 3).

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