INTERAÇÃO AMBIENTAL COMO RESISTÊNCIA E EMANCIPAÇÃO, COM BASE NO NHANDEREKO (Bien Vivir) MBYA GUARAN


 

Autor:

RENATA DA SILVA GERHARDT PEREIRA

 

 

 

Orientador:

HELENA MIDORI KASHIWAGI

 

Coorientador:

LUIZ FERNANDO DE CARLI LAUTERT

 

 

 

Palavras Chaves:

Bem viver

Nhandereko

Pedagogia Indígena

Conhecimento Ancestral

 

 

Linha de Pesquisa:

Não informada

 

Projeto Estruturante:

Não informado

 

 

Instituição:

PROFCIAMB UFPR

 

Ano: 2019

Resumo:

 

O Nhandereko (jeito Guarani de ser) semelhante ao Bem Viver, trata do conhecimento ancestral, próprio do povo Mbya Guarani. Essa expressão equivale à expressão Bien Vivir (Bem Viver) de matriz representativa de diferentes povos andinos. O Nhandereko consiste em como esses povos organizam, sua sociedade e seu modo de vida, conforme suas cosmovisões e conhecimentos ancestrais de forma transdisciplinar. Nesse contexto a pesquisa clarifica a concepção do que se apresenta como resistência e emancipação, inserida no contexto ambiental e cultural, reconhecendo que essa abordagem de organização social e cultural, o Nhandereko, referenda-se em cosmovisão e conhecimento, responsável pelos séculos de resistência desse povo originário, frente à barbárie imposta pela colonização. Essa concepção foi o referencial para a compreensão de como se dá o processo de educação organizacional próprio, como superação da expressão escolaridade indígena, a qual, aponta que esse modo de organização se define como processo colonialista. Essa posição referenda o Nhandereko e orienta a dinâmica de educação organizacional própria, como referencial de resistência. O referido mapa conceitual, apresenta-se como um roteiro para que educadores verifiquem em que medida, os aspectos manifestos e postos nesse esquema, apresentam-se como agentes referenciais de programas e propostas de educação ofertada pelo Estado, com foco de emancipação e resistência. A pesquisa se consolidou como abordagem científica caracterizada pela Fenomenologia de Merleau Ponty, apresentando-se como agente promotor de refinamento argumentativo do pesquisador, de forma que a vida, como processo vivido e compartilhado, caracteriza-se como o foco mais esperado a ser alcançado. A construção teórica se apoiou na bibliografia existente, tendo Paulo Freire como referência e outros autores fazendo menção à Pedagogia Indígena, Ernst Cassirer promove a relação das representações simbólicas com o viver Mbya Guarani. Essa base teórica forneceu meios e argumentos para estabelecer contrapontos com as informações e registros, obtidos por meio de entrevistas coletivas e observações, colhidas em encontros com integrantes da comunidade originária, amparados na convivência diária e profissional da pesquisadora com esse povo, resultando em trabalho assessorado com liderança originária que culminou com a elaboração dos mapas conceituais que se caracterizam como um dos produtos dessa dissertação. Assim, a pesquisa se organiza como pesquisa participativa, pois tem base na vivência para a coleta de dados, orais e escritos, além de promover uma interação social entre os participantes. Os procedimentos técnicos próprios da pesquisa de campo, utiliza meios propostos pela etnografia como: diário de campo, registros gráficos, roda de conversa, entrevistas, observações, fotografias, filmagens e áudios. O resultado desse processo/convivência, apontou para a similaridade do Nhandereko com o Bem Viver, o que é a matriz do produto dessa dissertação, ou seja, o mapeamento do que caracteriza o modo de vida Mbya Guarani, para instrumentalizar dinâmicas comparativas desse modo de vida resistente à colonização, com o que caracteriza processos de educação em comunidades não indígenas. Palavras-chave: Bem viver. Nhandereko. Pedagogia Indígena. Conhecimento Ancestral.

Visualizar/Abrir Visualizar/Abrir – Dissertação