O SABOR DO SABER: A POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAÇÃO DAS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS NA/PELA EDUCAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO


Autor:

JOZIANE APARECIDA RATES DE CASTRO

 

 

 

Orientador:

MANOEL FLORES LESAMA 

 

Coorientador:

FLAVIA FAZION

 

 

 

Palavras Chaves:

Educação da Alimentação

Linguagem

Significações

 

Linha de Pesquisa:

Não Informado

 

Projeto Estruturante:

Não Informado

 

Instituição:

PROFCIAMB UFPR

 

Ano: 2021

Resumo:

 

 A escola é certamente, um espaço extremamente complexo e desafiador, onde, dentre as muitas práticas escolares, está a alimentação escolar. Entretanto, esta prática cotidiana está submersa aos espaços e tempos escolares de uma forma comum e automática, o que apaga e dilui a sua importância enquanto um saber. Ressignificar esse saber, o saborear o saber está interposto ao indivíduo de forma psicossociológica desde o seu nascimento, pois ao se alimentar, se alimentam discursos que se revelam no campo da experiência multissensorial e complexa que compõem o paladar. Em vista disso, esta pesquisa tem o objetivo de investigar o processo de significações dos sabores elaboradas na Sequência de Ensino em Educação da Alimentação. Para isso, elaboramos uma sequência de ensino em Educação da Alimentação que visa proporcionar às crianças um espaço de investigação de causas, elaboração e reelaboração de hipóteses, formulação e reformulação para resolução de problemas e criação de soluções através de práticas de degustações. Partindo, portanto, do paladar enquanto um instrumento formador de uma experiência gustativa composta e decomposta por sensibilidades que são desenvolvidas não somente pela orientação ao objeto, mas também, sobretudo, pelas relações entre objeto, modos de produção (técnicas, estilos) e contexto. Os alimentos não são apenas comidos, mas também pensados, a comida possui um significado simbólico, possui algo mais que nutrientes, e acerca dessa questão, renascem-se as seguintes indagações: Há uma Educação da Alimentação nas escolas? Como é trabalhada essa temática na escola? O alimento pode ocupar um papel de significativa importância nos processos de desenvolvimento e aprendizagem humana? Visando dar conta desta reflexão, assumimos como referencial teórico-metodológico os pressupostos da perspectiva histórica- cultural do desenvolvimento, através das contribuições de Lev Vygotsky (2000), Bakhtin (2009) em colaboração com o campo de estudos da Clínica da Atividade e Ergonomia Francófona (Clot, 2010) e dos sociológos Poulain (2004), Fischler (2010), Perullo (2013). O público-alvo foram alunos da turma do quinto ano do Ensino Fundamental I, da Educação Básica, da instituição pública municipal de ensino localizada na cidade de Matinhos, no litoral do Paraná. O caminho norteador das análises considerou os vários desdobramentos das significações lançadas pelas crianças em jogos e motricidade dialógica. Ao redimensionar a extensão dessa prática didática, fixar-se-á o olhar em duas partes: “adivinha o que estou comendo?” e “O que um grãozinho de feijão pode gerar?” do módulo Rodada de sabores no paladar. O desdobramento dos pressupostos analíticos foi apresentado, inicialmente, no tópico “A aula tá bem legal! Nossa aula começou sobre alimento e depois foi pra espaço…”, ao qual iniciase o excerto que serviu de subsídio às discussões, ao tópico “Análise: O signo: um traço emocional comum”. Em síntese, a prática em Educação da Alimentação apresentada nessa dissertação nos elucida novas maneiras de se pensar a prática de ensino sobre a alimentação e o alimento, bem como também como essas atividades podem contribuir para o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, tais como a atenção, memória, imaginação, pensamento e linguagem. Haja vista que, a sobreposição de disposição de elementos do “vivido” sobre e no “vivendo” ampliam as possibilidades de transformação das atividades afetivas/intelectuais.

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