Autor: MÁRCIO CAIRES CHAVES
Orientador: MARJORIE NOLASCO
Coorientador: SÉRGIO BAIRON
Palavras Chaves: Tradição Oral Ancestralidade Oralidade História Oral Identidade Pedagogia Griô Ancestralidade Indígena Pertencimento Étnico-Cultural Alteridade
Linha de Pesquisa: Não informada
Projeto Estruturante: Não informado
Instituição: PROFCIAMB UEFS
Ano: 2021 |
Resumo:
Peço permissão às mais velhas e aos mais velhos da minha ancestralidade pra tecer estas Vem cá Iya Iya, vem ver Ouvi esta canção de Mãe Rosa quando ela pilava o pilão do quintal da sua casa, sentado com ela na calçada da rua, acompanhando as suas benção pra comunidade, “Deus que te dê boa sorte!”, na comunidade quilombola do Remanso, Lençóis, Bahia, nas escolas da sede e comunidades rurais, numa viagem a São Paulo pra participar de um festival internacional, fumando cachimbo, rindo, rindo, rindo, rindo…, com quem cresci aprendendo, inclusive este canto às mais velhas Iya Iya. Pela minha história de vida, associo o vínculo com a ancestralidade e a expressão da identidade na construção do lugar de educador, contador de histórias e mediador político, tecendo a palavra escrita, gerada e vivenciada pelo sagrado da oralidade, e me alinhando ao compromisso de várias lideranças de comunidades que lutam pela afirmação do lugar da tradição oral no espaço acadêmico. O Griô Aprendiz é um dos conceitos fundantes da Pedagogia Griô, criada pela educadora Líllian Pacheco e por mim em co-autoria, e surgiu de minha longa caminhada de convívio e iniciação com mais velhas e mais velhos de tradição oral, em diversas comunidades e ambientes de escolas públicas. Reconheço a responsabilidade de contar esta aprendizagem oralmente, garantindo a transmissão oral de geração em geração, e também o compromisso de compartilhar no universo da tradição escrita, resguardando as perdas simbólicas e vivenciais desta passagem. Trago como fruto a história da iniciação do Encantado do Griô Aprendiz, que é a própria sistematização da dissertação, e uma Aula Espetáculo Griô, prática da Pedagogia Griô, que inclui oralmente o que se perde na escrita: o processo vivencial com histórias, cantos, danças, louvações e outras linguagens de tradição oral. Destaco que o que escrevo tem uma autoria coletiva de onde venho e me sinto pertencente, reflete uma longa caminhada de aprendizagens pela vasta rede de saberes e fazeres de tradição oral. Ô vamos vamos minha gente, que uma noite não é nada Aprendi este canto indígena com Nádia Akawã Tupinambá e com o Cacique Ramon Ytajibá Tupinambá, da Aldeia Tucum, Território Indígena Tupinambá de Olivença, Bahia: AIENTÊN! AWÊRE! GWÊ! |
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